quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Tenho dito em vai e vem

Eu no Sítio Rosa dos Ventos

De verdade

É o rock n’roll que faz da leitura de cada ruga do rosto o contar de mil histórias.A partir da energia do fazer louco e sem destino o som começa a rolar.Rock é energia,o depois do blues,o reforço do lamento e da euforia.A intimidade do rito,celebrar,comungar,beber no Rio  este Brasil futuro acontecendo pela fé de Roberto Medina que há anos me tirou de casa para estar no primeiro Rock in Rio e poder dizer com orgulho :EU FUI.A cada nova edição perdura a idéia romântica da vida começando agora,do mundo sendo nosso outra vez.Do primeiro Rock in Rio fiquei com a cor de abobóra dos cabelos da Rita Lee e da cor de rosa dos cabelos de Nina Hagen.Fui de Belo Horizonte ao Rio ,eu  a Gi e mais um roqueiro extraviado da Finlândia de carona de ônibus,sem dinheiro e algumas latas de atum.As lembranças de gente do mundo inteiro chegando,a cidade do Rio era toda paz e amor.Não existia a cidade do Rock e nem o Palco Mundo,sem conforto,lama,uma doidera mas que compensou pelo som afinado e pela vibração de alegria.
Hoje sou roqueira que busca por paisagens vazias,pouca gente ,muito verde,ar,e silencio de respiro Contemplativa,virtual  ,me bastam as viagens pelos shows do You Tube e assistir pela TV os ares novos do rock.O som que me faz é para cima,um suspiro,sem respiro...ainda Pink Floyd para começar...e ir...
                 
Escrever

Tudo é instável.Resistente sou eu tentando ler com um barulho deste.Escrever nem digo.Tudo se estende com uma velocidade tão incrível que as idéias nem bem nascidas viram pó...e a escrita deserto.


Quero
Ser abençoada com sossego para assistir aos bons vídeos de Mia Couto,Galeano,Isabel Allende,todos na minha pasta de favoritos esperando nova reflexão.Com calma prometo me desdobrar e me multiplicar ao infinito desconhecido das idéias e palavras .Filmes de talento,sim porque talento é essencial e esta em falta.Tempo para ler,ler,ler e conversar ,conversar,conversar  por horas a fio quando o papo é bom. Tempo para aconselhar-me com a solidão.
Saúde como prenuncio de um futuro manifesto.Quero a chave da paz para fechar a porta às energias invasivas.

Radical

O mundo do futuro não tem raízes no atual.Estou convicta e quero me exercer na arte da despreocupação.Quero curtir todas as luas vazias para estar em paz.Aprendo que o definitivo é temporário e a diferença está em construir relacionamentos verdadeiros,de real confiança e colaboração mútua.
                     Rio da Barra quando encontra com o mar-Trancoso
Tecidos coloridos

É o Brasil com a primavera chegando.Gosto de branco e tecidos fininhos,molinhos para acariciar a pele.Ganhei há tempos um par de violetas de Dona Anésia Palumbo.Converso com elas e sou presenteada com flores novas.Gosto de flores vivas.Gosto da primavera de pessoas coloridas Sempre  assim.
                    Luis Duarte e Cristina Siqueira,coloridos
-Quem tem feito a diferença?

Meus netos Théo e Ravi,a espera da Lorena que se anuncia para janeiro de 2012.Minha família porque é através dos filhos que afinal tudo dará certo.A diferença é ouvir o que o pequeno Théo diz ,coisas que ele traz do mundo visível e invisível.E outro dia êle me disse quase isso:”foi meu pensamento que trouxe você para perto de mim”.
A diferença é o jeito com que o amor cuida de mim.amando e sendo amada,sem pensar,sem excluir,sem cobrar.Amada como convém a seres livres e inteiros em relações nada banais.

Preguiça

Preguiça com os chatos de plantão.Argh!!!!!!!!!!!!!!!!!!!quando digo não é porque ouvi meu coração.Muita preguiça.Trabalhar  com a mente e as emoções cansa muito e não ganhar pela produção de arte e literatura cansa ainda mais.Não parece mas é uma canseira que se acumula e dói.Preguiça de repetir a mesma história “trucentas “mil vezes intentando patrocínio para idéias sensíveis que realmente fariam a diferença neste mundo rude.Impotente ,sentada no sofá do home ,assistindo a corrosão nacional.Preguiça!
Não faz mal,desconto os desprazeres da vida em palavras.Excesso de trabalho ,desgaste físico que compenso em emoções e criatividade.Funciona assim.
Sublimo a dor com prosa poética que distribuo com pontual generosidade.Uma variedade de andamentos,a vida se faz deste jeito.Tudo é Brasil,Brasil,Brasil.
                           Palestra na escola João Florêncio-Tatuí
Na bagagem
Um pouco de tudo.Levo fé e rímel encantado.

Enfado
De arrogância,encaro como sintoma de ignorância.

Oxigênio
Preciso.Para arejar os olhos,um piscar de cílios capturando estrelas.

Quero me alongar...
Vida corrida,sem tempo.Quando a Fabi era pequena ela escreveu assim “mamãe é corrida com a vida,parece uma corrida de ar”.Sinto saudades dos filhos pequenos.Acho que é porque estamos comemorando a semana da criança...e,para mim realmente os filhos não crescem.
Quando o Sérgio tinha 3 anos,ele derrubou um vaso e se saiu com esta “o vaso caiu porque a flor estava tonta”Guardo estas frases,este universo de filhos pequenos e toda vez que a lembrança acode dou uma risadinha só minha,guardada num espaço do bem e do bom.
O tempo corre!
Ave Maria!
Ontem ouvi Paula Fernandes cantando Ave Maria à natureza,numa interpretação comovente,linda mesmo,combinando com as seis horas da tarde.
Tenho estado envolvida com emails,face ,blogs,pessoas virtuais,músicas,vídeos,novelas,filmes,TV e como fico feliz quando encontro amigos de verdade,de carne e osso para conversar.Daí entrei numa de escrever esta página a mão como em outros tempos.Deu nisso ,me alonguei,me enchi de força e vou escrevendo esta página Prisma com a bic preta baratinha,sem nem me cansar.
Mas nem podia ser diferente como vou falar de Raymundo Farias se não for com a caneta na mão?-Outro dia,em um bom acaso nos encontramos no Café Canção.Sempre cavalheiro ,bem humorado e gentil.Falou de seus livros que estão para vir à luz,falamos de Brasil  ,histórias de seu Ceará,da figa que se faz para acontecer as Olímpiadas e não passarmos pelo fiasco de não ter os estádios prontos.Da vida e seus misteriosos desígnios,tiramos palavras de nossos ventres subjetivos,nossas indagações de alma.Quanto mistério perdido em divagações sem respostas .
Pela amizade justifico o longe da conversa.Pela literatura também.E emendando um assunto no outro quero contar que fui tomar o café da tarde no Museu Paulo Setúbal onde Sueli Aduan,querida,ministra Oficina de Literatura para poucos e bons.Fred Nabhan,Ari Roberto,Patrícia,Elizabeth participam.A didática da mestra e a convicção da turma são eloqüentes no dizer pouco e bem em estudos  e produção de mini contos,micro contos,contos nanicos.

AMIZADE
Existe a voragem do  tempo,do interesse e do dinheiro.Existe um tom de conversa que se chama investimento,net work,todos nós temos grades de compromissos,agendas extenuantes,alimenta-se um certo estilo de não se estar com alguém,mesmo presente.
Neste contexto que até parece normal  preservo amigos da vida inteira,realizo esta página como uma contribuição social e outro dia fui regiamente recompensada com o telefonema de agradecimento de Nadir Prado  que se sentiu lembrada,amada,com espaço para falar de si e da vida.Na verdade com ela aprendi  mais uma vez que importa sim dar espaço para que o digno se mostre ,se coloque e ocupe o lugar de tantos que mistificam valor.
Amizade é música para se apreciar com tempo.É arte.
E falando de amizade o carinho vai para a amiga Vera Fragnani que há dias entregou Dona Marina ,mãe amada, a Deus.
É por amizade que sonho em programar uma viagem só para rever amigos ,àqueles que acreditam em tudo que eu faço acontecer.Amados e amadas que me inspiram a ir,que me guardam embaixo de asas macias e me mostram a cada encontro um toque blues soul,o retrato que tiramos em um dia,o caminho que percorremos fluindo em amor e em tantas outras coisas.
Em casa de amores baixo a guarda e não me sinto vulnerável,tenho intimidade para escrever e ler e ficar quietinha num canto,descansar ao sol ,tomar champanhe e dormir com os anjos.Em casa de amigos me sinto hiper milionária.

 Momentos felizes com Eliana Arruda,Laila Assef,Vanessa Siqueira e na festa de casamento com Guilherme,Adriane e Fabiane


Outro momento
Nas redes todos falam com imagens e letrinhas.Ninguém ouve.A moça permanece sozinha.

-Qual a minha verdadeira geografia?
Eu que fico de lá para lá ,mais longe ainda e aporto aqui,perto de mim.Longe do lugar comum.








quarta-feira, 8 de junho de 2011

...Sobre o amor e amar


...sobre amor e amar

Caminho pelas ruas acordadas da cidade. No IPOD, anos 80 e seleções que se alongam em minh’ alma à dentro revirando em ondas o sangue vivo,vibrando em vocação apaixonada.Elvis e Marlene Dietrich ,Luis Melodia e Ana Carolina,Caetano Veloso canta Nature Boy e Marisa Monte e Cesária Évora se entendem lindamente.E Besame Mucho em tons que arrepiam. Nina Simone, sua voz quente, e nos passos de ver a vida de trás para frente ouço apaixonadamente Love me Tender e fecho os olhos para me entregar a Stardust na voz de Rod Stuart.Seria bom estar a menos de um milímetro de um beijo prestes a ser um acontecido acontecimento.

Quase danço, transfiguro a realidade em prazer. Quero viver sem ameaça alguma, atravessar a rua de olhos fechados confiante de que o vermelho do sinal me protege. Estou feliz com este delicioso e absurdo som, aciono o time da vida neste elegante aparelhinho da Apple, meu broche sexy vibrando poesia em meus ouvidos, flutuo sem que ninguém perceba.Faço amor na frente de todos ,descaradamente ,e ninguém se dá conta deste amor que transborda e empapa em suor a malha de lã,o corte na virilha da calça jeans.Ninguém se dá conta que amar é um estado absoluto de feliz presença ,uma gota de leveza neste alvoroço ,neste caos profundo e desumano do existir.Minha natureza abre-se a vida assim,é deste jeito que eu sou...

Gosto de reticências é meu tempo mudo quando lhe ofereço o espaço para você preencher. É meu estilo de manter um diálogo com você sem nome que me lê e se toca com o sussurro falante que disparo em flechas para sua alma. Uso travessão mesmo quando falo sozinha. Sou eu minha hóstia, ponho reparo no mundo a todo tempo, o tempo todo. E ligada ao som que me extasia, quase ausente deste corriqueiro de luzes do semáforo me movo entre o céu e o caminho dos cães, dos pregões baratos, das pessoas que não se vêem indiferentes aos desejos naturais.

Viver é liturgia.

Minhas botas de salto, altas com fivelas prateadas, a canela fina envolvida em meias de nylon, longamente as coxas.

Ingênuo sabor fatal, o beijo quando dá certo.

Recolho sentimentos para que não me abandone o coração. Recolho o sangue quente de viúva, estou madura quero me repartir com doçura e algo selvagem me arrebata em instinto e toca a planta carnívora que me encanta.Ouço a impossível voz de amores desdobrados em cantos,óperas,harmonia distinta dos que se aventuraram em cozer a vida com paixão-a trama do destino dos que arriscam tudo,pouco ou quase nada.

O amor que me leva a realizar minúcias, a esculpir um homem com as mãos nuas. Nada é simples, amor é rococó, paredes que desaparecem, estradas que se abrem, camadas de tecidos macios para arfar, brincar e se entreter com o tempo sem cálculo à resposta do corpo a carícias .Os beijos é com doçura que se dão...os abraços a tensão mágica do desejo...rio de alegria...choro em de repente...meu amor é meu amor e está vivo anunciando o esplendor do coração que pulsa e faz o desejo se erguer enervado...esse tanto de amor que não envelhece.

Amar , um movimento de amplitude,não restringe,liberta,oferece espaço para ser feliz.Amar é a arte de se completar nas diferenças.É dom, talento que abre as comportas da generosidade da existência,organiza as gavetas da alma com leveza e desprendimento.É um sentimento preciosíssimo ,um cofre de certas coisas que permanecem secretas e de outras que viram fotografias.Nesta vida dispersiva e superficial amar é porto que acolhe bons e raros navegadores de águas profundas .


quinta-feira, 28 de abril de 2011

Sobre esquecer...


Vou nascendo novamente, na esperança breve de ver-me reconstruida de outra maneira.Longamente se faz o tempo de esquecer.O tempo para germinar no ôco o calor do amor que atiça o querer.
A vida se faz de palavras repetidas,repetidas formas de se expressar.
Agora vivo silêncio,sono calmo,dou-me suspiros e um sincero desejo de amor novo.
Respeito a minha natureza,encaro instintos abafados,gozo de minha leve presença e sem
pressa parto em busca do meu destino.
Como cheguei a este estado nem eu sei ,é um estado de acontecência de ir-se esquecendo É um dar as costas e abrir-se em expectativa para o desfrute de novos aconteceres...é ir-se...ir-se...
A urgência de criar a cada tempo minha parte da verdade.Meu naco escuro de solidão ,para mim absurdamente solar,claríssimo.Apago o caso escrito,sou audaz me reconhecendo mínima,aprendiz .Fico melhor assim vendo as lembranças dispersas pelo vento na imensidão e depois apagadas pela chuva.E quem partiu tem menos poder longe da minha vista e tenho tempo,todo o tempo,para pensar onde irá ficar melhor o vaso chinês que ganhei num dia hipotético,azul em significados,letra de música onde irei colocar uma metalic orquídea,exquise e branca de paz.Esse ar solto,este vôo livre das lembranças machucadas.
Alargo o coração dando boas vindas ao próximo instante.E só tem um jeito é quando ignoro o que não pode ser feito é quando me digo: desisti de enfrentar o espanto , desisti de me enredar em promessas.
Tenho todo o tempo do mundo para estar comigo sem a exaustão de outra pressa .Zero não me assusta.
Amor como quero viver é aquele que traz um estado de alívio,ainda penso em pai,reino, conforto,
dia seguinte .Penso em filho e no tanto de amor que me carrega pelo fim de tarde de cor grisalha e imprecisa.Quero vencer o tempo com todos os vagares que atiçam meus sentidos.Nunca até onde sei mulher alguma ousou adolescer de fato quando chega o cansaço que o tempo traz e a envolve em aconchego, em mantas de lã fininha .
Acordei nesta manhã com as forças do sol a me abençoar viva e constante.Deixo-me ir como a água tocada pelo vento.E reconheço pelo volume de transparencia que me tornei esta mulher plena de sumo para ser saboreada com doçura.E quando choro reconheço o amor e quando rio de histórias divertidas percebo que liberta o vinho tem outro sabor .Vago enfim com os olhos abertos.
É com amor demais que desfruto a vida com os meus filhos, a graça dos pequenos,o cão fiel,poucos amigos chegados em pequenos espaços ocasionais repletos de alegria.Sossego de consciência.Esquecer é um exercício de não ver passar o tempo ocupada em me adiantar
para viver quem sabe uma nova carta de copas,quem sabe um rei,um imperador...quem sabe?
Um homem que me convença a lhe acompanhar senão os passos, as palavras e seus dotes de proteção e carinho.
E quando me olho no espelho gosto do que vejo...meus olhos brilham,tem a força de acreditar.
Cultivo encantos e reconheço que a maturidade me assenta bem.Existe uma luz ocupando o espaço do medo,da carência,da insegurança .Tornei-me em outra ,mais serena ,paciente,sábia.
Recordo de fatos na clareza que a distância revela,sei mais do que digo,aparo a passagem dos personagens em aventura ,vivo bem com o eterno e o efêmero e sòzinha agora me sinto fisgada por uma pressão provocadora nas partes da alegria.
A vida é preciosa em cintilações de intensidade que acenam e despertam meu instinto de sobrevivência.É um ir-se...

sábado, 26 de março de 2011

Tempo de mudanças


Após dar-me um tempo para reflexão, desligada dos dias urgentes, entendi de levar a vida mais devagar e com melhores resultados. E é o que tenho feito. Superligada ao movimento energético, buscando clareza para me lançar à vida de forma simples e sábia.

Expectadora da flutuação do desconhecido mundo que nos acorda em aflição e dor com tempestades, furacões, terremotos, tsunamis e o ar letal em radioatividade.

-Que lição é relevante para a humanidade nestas tragédias que estão acontecendo agora? Com certeza, sairemos mais fortes após entendermos com quanto desprezo tratamos as dádivas generosas da natureza. Muitos ainda ganharão fortunas com esta tragédia e todas as tragédias futuras, outros serão tocados pelo espírito da compaixão, da solidariedade, da volta à simplicidade e respeito.

Tempo de mudança, de reinventar a maneira de viver. Tempo de prestar atenção e fazer o caminho contrário do profetizado bezerro de ouro.

Cansei de estar cansada, cansei da repetição ao infinito de meganúmeros, quantidades absurdas, desproporcionais.

A maxifilosofia do excesso, da nulidade do pensar, do embuste dos ganhos máximos, as pessoas acabam consumindo-se a si mesmas e as pessoas que as cercam. Devemos aprender e ensinar a que se aprecie o que temos, valorizando nossas conquistas, cativando pela boa educação, criando laços de bondade. Ë tempo de amor e presença junto à família. É tempo de abençoar, ser grato e ensinar às crianças a rezar. É tempo de fé.

O que pode ser mais importante nesta vida? Questiono o por que as pessoas agem contra seus próprios interesses. Questões de orgulho arruínam suas vidas. A inveja e a autoilusão levam-nas por caminhos que conduzem a nada. Por que é tão importante manter a autoimagem? Quanto você vale no mercado das aparências?

Por que o ciúmes e a cobiça do destino mais feliz do outro?

No tempo de meu pai, não era preciso elogiar o honesto, simplesmente a honestidade era uma norma de conduta que não precisava de realce.

Bem, tenho a minha própria vida para levar, tenho sonhos pessoais, projetos de sensibilização humana e social em busca de parceiros e é preciso seguir em frente.

Quero fazer acontecer a poética da vida moldando o próprio mundo em que as pessoas vivem... levá-las à reflexão sobre novas possibilidades muito menos angustiantes, preencher com palavras de sentido o tambor oco que lhes ressoa no peito.

Quero receber do tempo as dádivas das lembranças das coisas boas que fiz de fato. Desperta eu também sonho.

Agora no outono, entregue ao prazer da minha casa em Tatuí, sob a guarda de meu fiel Lovan, retorno a este “blog” de um jeito novo, com mais folga para o estilo fluir. O que significa recuperar meu jeito instintivo de ser desde que a chama do tesão de fazer se mantenha acesa. Quero ter bons motivos para escrever, entrevistar pessoas que realmente valham o meu tempo e o tempo da sua leitura.

Gosto do céu azul do outono em Tatuí, o tempo mais fresco que convida a tomar chá, café e a taça religiosa de vinho tinto. Gosto da facilidade com que me desloco pelo centro, usufruindo de ter tudo que preciso à mão. Gosto de meus amigos, da cordialidade dos vizinhos, de conversar com os leitores pelas ruas sem distanciamento. Gosto de pertencer a esta cidade, embora deva confessar que muitas vezes sinto-me desapontada com a falta de interesse e apoio efetivo para concretizar meus projetos.

E quero receber o carinho que mereço de pessoas que eu curto e admiro pela integridade ética, pelo trabalho que desenvolvem, pela coragem com que se lançam à vida. Pequenas atenções me animam a ir em frente, a despeito dos profundos presságios que coexistem no espaço de uma realidade violenta e desumana.